Neste mês, através da nossa seleção mensal, aproximamo-nos da região vitivinícola de Salta, Argentina, considerada a mais alta do Mundo. Os vinhedos são cultivados entre 1.500 e 2.400m acima do nível do mar. Seus 350 dias de sol e a grande amplitude térmica, que nos dias de verão chega a 38˚C e cai para 12˚C durante a noite, fazem com que a fruta amadureça de forma perfeita, até obter um vinho como o que estamos apresentando hoje: Machi 2012 Malbec.
Salta está virando um sucesso. Seguindo as tendências mais atuais do mercado, à procura de vinhos frescos, elegantes, sem abusar da supermaturação e da superextração, esta região está oferecendo vinhos definitivamente apaixonantes. E é isso que a Sociedade da Mesa busca quando seleciona vinhos: mostrar a nossos associados vinhos únicos e de alta qualidade. Nesta ocasião, queremos aproximar-nos desta região vitivinícola, onde estão os vinhedos mais altos do mundo.
Salta é uma província tropical localizada no noroeste da Argentina, próxima à fronteira com a Bolívia, atravessada pelo Trópico de Capricórnio. Em circunstâncias normais, sua localização impediria o cultivo do vinhedo de qualidade, devido às temperaturas altas e constantes. Mas em Salta tudo isto é compensado, graças à sua altitude. Seus vales estão entre 1.500 e 2.000m de altura acima do nível do mar. Isso faz com que, conforme se sobe, a temperatura caia 1˚C (a cada 180m de altura a temperatura diminui 1˚C), situação que faz com que a latitude seja compensada pela altura, e que sua temperatura média seja equivalente à de Lujan de Cuyo, em Mendoza.
A vitivinicultura tem uma longa tradição na província de Salta. As primeiras vinhas foram trazidas pelos jesuítas no século XVIII, do Peru para o povoado de Molinos, onde chegaram a cultivar 200 hectares de vinhedo. Durante décadas, a variedade que mais se destacou em Salta foi a Torrontes. De alto valor enológico e relevância comercial, conseguiu reconhecimento no mercado, formando a segunda exportação de vinhos brancos da Argentina. Isto fez com que esta região orientasse sua viticultura principalmente para essa variedade. Mas, nos últimos anos, o grande desenvolvimento da vitivinicultura em Salta favoreceu o cultivo de outras cepas, como a Cabernet Sauvignon, Malbec, Tanat, Bonarda, Syrah, Barbera e Tempranillo, obtendo-se excelentes resultados.
As condições climáticas excepcionais desta região fazem com que os vinhos de Salta tenham características particulares, que os diferenciam das outras regiões.
Sol intenso, noites muito frias e aridez extrema permitem que as uvas desenvolvam peles muito grossas, para se protegerem dos raios ultravioleta e das condições adversas. A consequência deste engrossamento é mais do que positiva. Os vinhos tintos adquirem altas quantidades de polifenóis, que nos proporcionam estrutura e cor muito intensa, assim como sabores e aromas de frutas concentrados. Nas uvas brancas, este engrossamento da pele é um precursor aromático que proporcionará intensidade aromática ao vinho, depois da fermentação.
Com uma apresentação tão interessante, Salta desperta a curiosidade dos consumidores como nenhuma outra região vitícola da Argentina neste momento. Os vinhos de Salta estão com sorte: seu estilo fresco e elegante e sua personalidade são atualmente uma tendência nos mercados internacionais.

MACHI
MACHI é fruto de uma longa amizade e do trabalho em equipe desenvolvido por Alejandro Sejanovich, considerado uma referência da enologia Argentina, e Jeff Mausbach.
Alejandro Sejanovich foi Diretor de Vinhedos pela Bodega Catena Zapata por 15 anos. Foi pioneiro em plantar vinhedos de altura e conduziu uma investigação de vanguarda sobre os clones de Malbec em Mendoza.
Jeff Mausbach foi Diretor de Educação de Vinho da mesma bodega por 13 anos. Viajou o mundo apresentando o caráter único dos vinhos argentinos.
Ambos fizeram amizade e seguiram juntos na bodega durante quase 15 anos, formando uma equipe singular, que demonstrou suas habilidades fortalecendo a Catena Zapata no panorama internacional. Juntos, viajaram pelas estradas da Argentina, procurando vinhedos excepcionais, que expressassem sua origem produzindo vinhos diferentes em diversos pontos do país.