O processo de harmonização busca encontrar equilíbrio entre os dois elementos escolhidos e exige que um não se sobreponha ao outro.
O chocolate é então considerado um dos alimentos mais difíceis de harmonizar com vinho, porque é forte, gorduroso e doce, características que normalmente se sobrepõem a qualquer outra.
Isso porque a doçura sobrecarrega as papilas gustativas tornando difícil sentir outros sabores, e a gordura forma uma espécie de película na língua e bochechas, impermeabilizando o paladar.
Por estes motivos, as harmonizações óbvias para chocolate são os destilados mais encorpados de sabor quente como rum, conhaque ou brandy.
No caso dos vinhos, a harmonização clássica é com vinhos fortificados, como o Vinho do Porto ou um bom Jerez Pedro Ximenez da Espanha.Mas também é possível harmonizar vinhos tintos não doces ou fortificados com chocolates.
Muitos especialistas já provaram que esta é uma harmonização capaz , quando bem realizada, de oferecer sensações surpreendentes.
O grande desafio é encontrar o equilíbrio, ou o contraste.
Para isso, é recomendado que sejam utilizados chocolates com menos açúcar e gordura do que o padrão de mercado e vinhos com elevado teor alcoólico, grande estrutura e complexidade, e taninos macios e elegantes.
Para criar nossa harmonização, convidamos dois especialistas no assunto: a Sociedade da Mesa, clube de vinhos com um repertório abrangente, ousado, variado e de alta qualidade, com mais de 220 vinhos selecionados para seus associados nos últimos 12 anos e a Vila Chocolate, que produz chocolates artesanais, elaborados sem gordura, mais cacau, e sem conservantes, somente com Chocolate Belga Callebaut, comandada pela Chef Valéria Mattos.
Uma combinação perfeita para aguçar os sentidos e criar uma verdadeira experiência enogastronomica.
Além da experiência prazerosa, a harmonização de vinho e chocolate é benéfica para a saúde, já que os dois são ricos em polifenóis, que ajudam a dilatar as veias e aumentam a oxigenação do cérebro.
Aproveite e viva essa experiência!
Confira as harmonizações criadas pela parceria:

Cappupino Ccinotage, Pinotage 2013 & Trufa de Café
- País: África do Sul
- Região: Western Cape
- Indicação Geográfica: Coastal Region
- Uvas: 100% Pinotage
- Produtor: Boland Cellar
Cata: de cor vermelho-cereja e média intensidade, característica desta variedade Pinotage.
De início, o vinho apresenta-se um pouco fechado.
É necessário paciência, pois ele precisa respirar, airar-se para realmente expressar todo o seu potencial. Embora a expectativa de que as memórias de café fossem protagonistas, o sedutor deste vinho é a integração das notas de moka e chocolate amargo, que se fundem com notas de frutas vermelhas e memórias de coco. Na boca, é um vinho fácil de beber, sedoso, de final longo com marcado retrogosto da tosta do barril.
Conheça as vantagens de fazer parte da Sociedade da Mesa, clube de vinhos! Associe-se!
Tetramythos, Retsina, Grécia & Trufa de limão
- País: Grécia
- Região: Aegialia, Peloponnese
- Indicação Geográfica: Retsina (Designação tradicional)
- Uvas: 100% Roditis
- Crianza: sem barril de carvalho
- Produtor: Tetramythos
Cata: amarelo limão, limpo e brilhante.
Nariz sugestivo, onde as lembranças cítricas de pêssego misturam-se com notas de média intensidade de frutas brancas, como a pera e a maçã, e se unem às especiarias procedentes da resina de pinho que, ao contrário do que acontece com os outros vinhos deste estilo, integram-se dando protagonismo para a fruta.
Na boca, surpreende por sua entrada refrescante, muito balanceada, aparecendo novamente as notas de frutas que, junto com a sua acidez, convidam a beber.
Ligeiro final amargo.