/Por Tânia Nogueira
O consumidor de vinhos finos que prefere os secos costuma se assustar com a informação no contrarrótulo de que o vinho é meio seco. Não necessariamente, no entanto, isso significa que o vinho parecerá doce na boca.
Na maior parte dos vinhos finos, todo o açúcar é residual, ou seja, açúcar natural da fruta que não chegou a ser fermentado.
O teor de açúcar é o que determina se o vinho será classificado como seco, meio seco (ou demi-sec) ou doce (ou suave).
E, no caso dos espumantes, nature, extra-brut, brut, sec (ou seco), demi-sec (ou meio doce ou meio seco) ou doce. Mas em cada país essa classificação é diferente.
O Brasil é um dos países que tem um dos limites mais baixos.
Aqui um vinho pode ter, no máximo, 4 gramas de açúcar por litro para ser considerado seco. Na Europa, o limite são 9 g/l para vinhos com acidez média. Se a acidez for elevada, esse limite pode subir.
Em vinhos importados comprados no Brasil, no contrarrótulo, a classificação que aparece é a brasileira. No Brasil, os vinhos rotulados como meio secos podem ter até 25 g/l. Mas muitos deles têm 4,5 g/l ou 5 g/l. Ou seja, na Europa são considerados secos.
Além disso, a sensação de boca não é só determinada pelo teor de açúcar. O tipo de açúcar faz diferença. Naturalmente um vinho tem vários açúcares. Glicose e frutose são os principais.
A frutose é duas vezes mais doce que a glicose. E o grau de acidez do vinho também interfere na percepção. Alguns rieslings alemães, por exemplo, têm um teor alto de açúcar, mas não se percebe já que são muito ácidos.