/Por Ana Beatriz Miranda
O vinho do Porto é mais do que uma das bebidas mais importantes de Portugal. Ele é um patrimônio de importância histórica, econômica e cultural. Impossível falar da viticultura portuguesa sem exaltar esse vinho fortificado do Douro, que não é só tinto. Sabia que existe vinho do Porto branco?
Sim, o mundo do vinho do Porto é vasto. Vai muito além do Porto Ruby e do Porto Tawny, os estilos mais conhecidos, elaborados com as uvas tintas autóctones mais cultivadas no Douro, Touriga Nacional e Tinta Roriz. O Porto Vintage é elaborado apenas com uvas de uma safra determinada — considerada excepcional, enquanto o Ruby e o Tawny são feitos com uvas de safras variadas. O Vintage é extremamente longevo e tem capacidade de envelhecer por até 50 anos. O Late Bottled Vintage também é feito com uvas de uma mesma safra, mas ele passa ainda mais tempo que o Vintage envelhecendo em barricas de carvalho.
Vinho do Porto branco
O vinho do Porto branco não chega nem a 10% de toda a produção, embora ele seja tão antigo quanto os tintos, criado no século 17. Porém, ele só começou a ganhar prestígio a partir da segunda metade do século 19, quando produtores e consumidores perceberam as qualidades únicas desse estilo, com aromas e sabores delicados, mas expressivos.
As uvas usadas na elaboração do Porto branco são Malvasia Fina, Códega, Arinto, Viosinho, Rabigato e Malvasia Rei. Os vinhos são classificados em três categorias, Lágrima, White e Porto Extra Dry. O Lágrima é o mais doce dos três, já que a aguardente vínica é acrescentada bem no começo da fermentação, que é interrompida. Assim, o açúcar natural das uvas é mantido. O White é bem menos adocicado e muito usado em um drinque famoso, o Porto de Verão. O Porto Extra Dry é seco e tem uma quantidade mínima de açúcar residual, já que a aguardente vínica é incluída apenas no fim do processo fermentativo, em que as leveduras já consumiram todo o açúcar das uvas.
Embora passe menos tempo envelhecendo em barricas de carvalho, o vinho do Porto branco tem potencial de guarda tão extenso quanto os tintos. Alguns atingem seu potencial máximo em até 30 anos. São vinhos com aromas e sabores frutados, frescos. Os mais maduros adquirem coloração mais intensa e nuances de frutas secas. Assim como o vinho do Porto tinto, o branco é perfeito para ser servido como aperitivo ou digestivo. Ele também combina com sobremesas que levam frutas frescas ou secas.