/Por Marjorie Zoppei
Com sede na cidade gaúcha de Garibaldi, reconhecida como a capital dos espumantes brasileiros, a Casa Peterlongo é a única vinícola que pode usar a nomenclatura “champanhe” em seus rótulos borbulhantes fora da famosa denominação de origem francesa.
O imigrante italiano e patriarca da família, Manoel Peterlongo, tinha o hábito de degustar espumantes quando ainda morava na Itália – e buscou repetir os processos de elaboração aqui no Brasil.
Foi ele o grande precursor do cultivo de uvas brancas em toda a Serra Gaúcha e, no porão da casa dele, instalou uma pequena cantina para experimentos. A produção de vinhos e espumantes ganhou espaço e, em 1913, aconteceu a 1ª Exposição de Uvas de Garibaldi, na qual Manoel recebeu a medalha de ouro por seu “moscato typo Champagne”.
Esse foi o primeiro registro oficial da bebida elaborada no Brasil e, quando a fama desse champanhe começou a crescer, foi criada oficialmente a Casa Peterlongo. O ano: 1915.
Na França, a região produtora de champanhe foi delimitada apenas em 1927 – e o nome champanhe é uma AOC, a mais rigorosa Denominação de Origem utilizada naquele país. Até o meio do século 20, algumas vinícolas francesas questionaram o uso do termo em uma bebida produzida em solo brasileiro. Entretanto, em 1974, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente e deu o direito à Peterlongo de estampar a denominação.