/Por Ana Beatriz Miranda
Todos os detalhes importam na elaboração de um vinho. Do cultivo da videira, passando pela colheita, os métodos de elaboração até a escolha da garrafa na qual ele será comercializado. Há vários modelos de garrafas de vinho no mercado. De diferentes cores e formatos. E é claro que a decisão do produtor pela garrafa não é aleatória.
Estrutura das garrafas de vinho
A estrutura da garrafa é composta por gargalo, pescoço, ombros, bojo e base. O gargalo tem função de sustentação e de inserção do vedante. O pescoço funciona como um funil para que o vinho escorra facilmente até a taça.
Os ombros são um elo entre o pescoço e o bojo, evitando que sedimentos se depositem. O bojo é o corpo, o comprimento da garrafa, que termina na base, que permite a posição vertical.
A importância das cores
Verde, âmbar, transparente, cada uma dessas cores é usada por uma razão. Sendo o vinho uma bebida viva, em constante evolução, é preciso protegê-lo da luz para que ele não evolua mais rapidamente do que o necessário. Quanto mais escura a garrafa, maior a proteção.
As garrafas transparentes são usadas para rótulos de consumo rápido. Elas não conferem muita proteção à exposição da luz. São ótimas para destacar as belas cores dos rosés e brancos, mas deve-se tomar ainda mais cuidado com o armazenamento.
As garrafas verdes são as mais comuns. Elas protegem o líquido ao reterem de 30 a 60% da incidência de luz. Já as garrafas âmbares são as que mais protegem o vinho, retendo até 90% de iluminação. Elas são mais usadas para vinhos de guarda.
O fundo da garrafa
Você já deve ter notado que nas bases das garrafas o fundo pode ser mais ou menos côncavo. Será que existe uma função para isso? A verdade é que não se sabe ao certo.
Algumas pessoas dizem que as garrafas foram moldadas para facilitar o armazenamento e o transporte, já que uma se encaixa na outra. Outros dizem que a intenção é separar os sedimentos do líquido e alguns acreditam que o objetivo é facilitar o serviço.
Estilos de garrafas de vinho
Os variados designs das garrafas variam de acordo com as regiões onde elas surgiram. Eles refletem o perfil dos vinhos produzidos, garantindo a melhor experiência possível.
Bordalesa
As garrafas bordalesas, também chamadas de standard, são as mais tradicionais para brancos, rosés e tintos, com seus ombros estreitos, bojo cilíndrico e pescoço pouco comprido. Foi criada em Bordeaux.
Borgonhesa
As garrafas criadas na Borgonha são mais robustas e muito usadas para Pinot Noir e Chardonnay. É provavelmente o formato mais antigo feito. A cor mais usada é a verde.
Champagne
As garrafas de champanhe são parecidas com as borgonhesas, mas têm paredes mais grossas, um formato mais ovalado e fundo bastante côncavo. Tudo para suportar a pressão interna do gás carbônico que forma o perlage, as borbulhas do vinho espumante. Esse modelo de garrafa é usado para todos os tipos de espumantes.
Alsácia
As garrafas do estilo Alsácia são similares às borgonhesas, porém muito mais estreitas e alongadas. Elas são usadas para vinhos brancos, principalmente de Riesling e Gewürztraminer.
Do Porto
As garrafas de vinho do Porto são bastante específicas, com pescoço grosso e ombros angulares. Outros tipos de vinhos licorosos, como vinho Madeira, Jerez e Marsala, também costumam usar esse tipo de garrafa.
Bocksbeutel ou cantil
Embora menos comum, é possível encontrar no mercado garrafas em formato de cantil, a bocksbeutel. Elas têm formato elipsóide e são mais usadas em Portugal e Alemanha.