/Por Ana Beatriz Miranda
Quando se fala em uvas que se destacam em terras portuguesas, muitas variedades podem vir à mente. A Alicante Bouschet é uma delas. Todavia, ela não é uma casta autóctone do país, já que foi criada em laboratório em 1866 pelo francês Henri Bouschet, a partir do cruzamento da Grenache com a Petit Bouschet, no sul da França. Mas é uma das grandes estrelas do Alentejo.
Apesar do sotaque francês, a Alicante Bouschet criou raízes na Península Ibérica, principalmente em Portugal. Na Espanha, ela também brilha, mas com o nome de Garnacha Tintorera. Ainda no Velho Mundo, a Croácia também cultiva a casta, como os nomes de Dalmatinka e Kambusa.
A princípio, essa variedade foi criada para dar mais cor e profundidade aos blends. Porém, seus exemplares varietais começaram a chamar atenção pela personalidade, equilíbrio e excelente capacidade de envelhecer. Ela ainda é muito comum em assemblages, acrescentando corpo e volume. No Novo Mundo, ela tem sido cultivada com sucesso na Califórnia e no Brasil.
Características da Alicante Bouschet
Além de cortes apaixonantes, a Alicante Bouschet origina varietais escuros que trazem aromas de frutas vermelhas, negras, como cereja, framboesa e ameixa, e especiarias, como canela e pimenta-do-reino. Podem apresentar toques defumados, de baunilha e chocolate, se amadurecerem em barricas de carvalho.
Harmonização
Tendo uma boa quantidade de taninos equilibrados com acidez, os vinhos elaborados com essa variedade são perfeitos para harmonizar com carne vermelha, que tenham boa quantidade de gordura. Carne de caça também faz um par sensacional.