Hortênsia Mancini, mais conhecida como duquesa de Mazarin (1646-1699), foi muitas coisas em vida: mãe, nobre, esposa exilada e autobiógrafa. Porém, um de seus maiores legados foi a influência sobre como bebemos e pensamos o champanhe hoje.
Nascida em uma família nobre em Roma, o pai de Hortênsia morreu quando ela tinha 4 anos. A mãe a enviou com as irmãs para morar na França com um tio, ministro-chefe do rei Luís XIV. Aos 15 anos, Hortênsia se casou com Armand Charles de la Porte de la Meilleraye, o homem mais rico da França – que começou a aprisionar a esposa e confiscar joias dela.
Depois de seis anos e três filhos, ela fugiu de Paris e voltou a Roma. Em 1672, após sete anos sem poder retornar à França, a nobre passou a ser chamada pelos tabloides de “a duquesa fugitiva”.
Até que recebeu refúgio de um ex-pretendente, o duque de Saboia, e passou a escrever um diário sobre o período de exílio e o porquê de ter abandonado o marido – o caderno de memórias acabou sendo publicado e traduzido para o francês, inglês, alemão e italiano.
Então considerada uma celebridade, ela recebeu asilo na Inglaterra em 1676, onde imediatamente se tornou uma excelente anfitriã – comumente recebia mulheres para socializar, falar de assuntos intelectuais e beber, um ato radical à época.
A duquesa foi apresentada aos vinhos de Champagne por outro exilado francês. Logo, passou a encomendar grandes lotes, já que as bebidas inglesas “eram horríveis”. Com as reuniões cada vez mais elitizadas e regadas a champanhe, não demorou para que as borbulhas se entrelaçassem com a aristocracia. A influência de Hortênsia em Champagne perdura até hoje e o espumante permanece associado ao luxo e às celebrações.